Cheiro guia brigadistas nas buscas pelos corpos em MG
- Yahoo
- 28 de jan. de 2019
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O cheiro dos corpos em meio a lama é um dos fatores de guia para os brigadistas que trabalham nas buscas em Brumadinho, em Minas Gerais. As informações são do jornal O Estado de São Paulo. Na noite de domingo (27), o Corpo de Bombeiros informou que o número de mortos passou a ser de 58 pessoas. Até o momento, 305 pessoas estão desaparecidas e 192 foram resgatadas com vida.
Para chegar até o ponto em que acreditam estar uma das vítimas da tragédia, a equipe usa galhos para improvisar uma ponte sob a lama ainda mole. Dois dias após a enxurrada de rejeitos da Vale varrer o Córrego do Feijão, caminhar por cima do barro ainda é considerada uma tarefa impossível.
O limite de salvamento para a equipe de brigadistas que trabalha nas margens do desastre, na região conhecida como “Berço Alberto Flores”, são cinco ou seis metros lama adentro, no máximo, conforme apuração do jornal O Estado de São Paulo.
Ao identificarem um corpo, os militares fazem uma fila indiana através do lamaçal e passam, de mão em mão, vísceras, roupas e o que mais restou das vítimas. As partes são depositadas em uma manta metálica no chão e reposicionadas próximas de estradas aguardando ambulâncias. Em áreas mais remotas, o trabalho é apoiado pelo helicópteros.
FOCO DAS BUSCAS

As buscas, nesta segunda-feira (28), se concentram num ponto onde os bombeiros acreditam estar a carcaça de um novo veículo, que pode ser um ônibus, um microônibus ou uma van, conforme informações da Folhapress. Os bombeiros usam enxadas e pás para escavar em volta do veículo e um alicate hidráulico para cortar estruturas metálicas. Eles não sabem ainda se há corpos no veículo.
Há expectativa na região sobre a chegada de israelenses que vieram dar apoio às buscas. O comando das forças de segurança se reúne com a equipe de Israel, antes que os israelenses comecem os trabalhos. A equipe chegou na noite de domingo (27) e trouxe 16 toneladas de equipamentos.
Representante da equipe de Israel disse que serão utilizados sonares com capacidade para detecção em até quatro metros de profundidade. Uma das formas de detecção seria por meio da emissão de ondas dos aparelhos de celulares de vítimas, ainda que seja improvável que os telefones estejam com carga de bateria. Às 4h, os bombeiros retomaram a operação regular, em mais áreas. A lama de estende por uma área de 3,6 km² e por 10 km, de forma linear.
A TRAGÉDIA
Uma barragem da mineradora Vale rompeu nesta sexta-feira (25) em Brumadinho, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. Momentos após o alerta ser disparado, era possível encontrar nas redes sociais vídeos que mostravam o mar de lama no local.
O rompimento foi na região do córrego do Feijão, na altura do km 50 da rodovia MG-040. Uma nova sirene disparou na madrugada deste domingo (27) alertando moradores da região que deixassem suas residências. Havia o risco de rompimento de uma segunda barragem. No entanto, horas depois, outro desastre foi descartado e eles puderam retornar às respectivas residências.
A barragem 1, que se rompeu, é uma estrutura de porte médio para a contenção de rejeitos e estava desativada. Seu risco era avaliado como baixo, mas o dano potencial em caso de acidente era alto.
Uma outra barragem, a de número 6, agora está sendo monitorada a cada uma hora pela Vale, junto com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Bombas estão sendo usadas para fazer a drenagem e reduzir a quantidade de água, evitando novos problemas.
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