Metade de homicídios de mulheres em 2016 foram por arma de fogo
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- 16 de jan. de 2019
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Dados disponibilizados pelo sistema Datasus, do Ministério da Saúde, apontam que, em 2016, 2.339 mulheres foram mortas por arma de fogo no Brasil. A quantidade equivale, na média, a metade dos homicídios provocados naquele ano, segundo levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz e divulgado pelo jornal O Globo.
Em 11 estados, a morte de mulheres por armas de fogo ultrapassam a média nacional. São eles: Rio Grande do Norte (75.8%), Alagoas (71%), Sergipe (64,4%), Ceará (64,1%), Rio Grande do Sul (61,7%), Pará (60,1%), Paraíba (59,8%); Bahia (59,4%), Goiás (54,9%). Espírito Santo (53,5%) e Maranhão (52,5%).
Entre as vítimas, 560 foram assassinadas dentro de casa. Um estudo feito pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entre março de 2016 e março de 2017 aponta que 66% das mortes por agressão ocorreram na residência onde vivia a mulher.
O levantamento foi realizado em 161 municípios e revela que 85% das agressões foram provocadas por maridos, companheiros ou ex-maridos ou ex-companheiros. Namorados e ex-namorados representam 12% dos agressores.
A causa das mortes varia: 45% foram por pedidos de separação, enquanto 30% foram motivados por ciúme, sentimento de posse ou machismo. Especialistas ouvidas pelo jornal afirmam que o decreto que flexibiliza a posse de armas no Brasil, assinado na última terça-feira (15) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), pode deixar as mulheres ainda mais em risco.
“Não existir arma de fogo não faz com que o risco diminua, mas a presença de uma arma agrava os riscos de morte”, disse a promotora do MP-SP e coordenadora do Núcleo de Gênero, Valéria Scarance, em entrevista ao Globo.
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