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Avião com 189 pessoas a bordo cai no mar na Indonésia e não há expectativa de sobreviventes

  • O Globo
  • 30 de out. de 2018
  • 3 min de leitura

Um voo da companhia Lion Air caiu no mar da ilha de Java, na Indonésia, nesta segunda-feira, quando transportava ao menos 189 pessoas. O acidente aconteceu pouco minutos depois da decolagem, por volta das 6h20m (horário local), do Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, em um subúrbio da capital, Jacarta. Não há expectativa de que nenhuma das pessoas a bordo tenha sobrevivido, segundo as autoridades. Especialistas dizem que esse é o pior acidente aéreo no país em duas décadas.

O voo JT610 tinha como destino a cidade de Pangkal Pinang, na ilha de Bangka, e deveria aterrizar após uma hora de viagem. A queda da aeronave, um Boeing 737 Max 8, foi confirmada pela agência de busca e resgate da Indonésia, que informou o desaparecimento do rastro da aeronave pouco tempo depois da decolagem.

Equipes de resgate encontraram destroços a cerca de 15 km da costa, local em que o avião caiu, junto com pertences pessoais e restos mortais dos passageiros.

— Esperamos que a caixa-preta não esteja distante dos destroços principais, de modo que possa ser encontrada em breve — afirmou membro da equipe de resgate.

Entre os passageiros, havia ao menos 23 funcionários do governo. Por meio de nota, a companhia informou que o avião era aeronavegável e que o piloto e o co-piloto somavam experiência de 11 mil horas de voo.

Problema anterior

Edward Sirait, executivo-chefe da Lion Air Group, disse a repórteres que a aeronave teve um problema técnico anterior, em um voo da ilha turística de Bali para Jacarta, mas que ele foi "resolvido de acordo com o procedimento". Sirait se recusou a especificar a natureza do problema, mas disse que nenhuma de suas outras aeronaves desse modelo apresentara a mesma falha. A Lion opera 11 aeronaves Boeing 737 MAX 8 e não tem planos de interromper as viagens.

A Indonésia é um dos mercados de aviação que se expande mais rapidamente no mundo, mas a segurança de seu mercado aéreo costuma ser criticada. De acordo com especialistas em aviação, este é o pior acidente aéreo no país desde 1997. Com cerca de 17 mil ilhas, no que é o maior arquipélago do mundo, o país depende muito do transporte aéreo entre suas regiões.

A última posição da aeronave foi registrada a 15km ao norte da costa da Indonésia, segundo dados do Google Maps e de informações fornecidas pelo FlightRadar. Este é o primeiro acidente envolvendo um Boeing 737 Max.

Pane começou minutos após decolagem

O capitão do voo de Jacarta para Pangkal Pinang — a principal cidade de Bangka, uma ilha cercada de praias ao largo de Sumatra —, era Bhavye Suneja, um cidadão indiano de 31 anos natural de Nova Délhi. Ele e um passageiro italiano eram os únicos estrangeiros conhecidos a bordo. De acordo com sua conta do LinkedIn, Suneja trabalhava na Lion Air desde 2011, com cerca de 6 mil horas de voo.

Minutos após a decolagem às 6h20m da manhã, Suneja relatou dificuldades técnicas e obteve permissão dos funcionários de terra para retornar ao aeroporto. Os dados do FlightRadar24 mostram que o primeiro sinal de que algo estava errado ocorreu com dois minutos no voo, quando o avião atingiu 610 metros.

O avião caiu mais de 152 metros, virou à esquerda e subiu novamente para 1.524 metros. Ele ganhou velocidade nos momentos finais antes que seu rastro fosse perdido, a uma altitude de 1.133 metros. O Boeing 737 MAX 8 é o modelo mais recente do famoso 737 da Boeing, o avião mais vendido da empresa nos EUA, e é uma escolha popular entre companhias aéreas de baixo custo em todo o mundo.

O avião da Lion Air era seminovo. A aeronave foi pilotada pela primeira vez em 15 de agosto e a companhia aérea informou que ela havia sido certificada como segura, antes do voo de segunda-feira, por um engenheiro especialista em modelos da Boeing.

Nas lonas do porto de Jacarta, os agentes de resgate retiravam destroços do mar, desde garrafas de oxigênio até pertences pessoais, como carteiras, telefones celulares, dinheiro e mochilas. O ministro dos Transportes, Budi Karya Sumadi, disse que nove sacos com restos mortais foram levados para um hospital para identificação, apesar de as autoridades afirmarem que eles continham partes de corpos, e não restos intactos.


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